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    Campus Party faz a ponte para transformar boas ideias em negócios

    SÃO PAULO — Nem só de palestras e troca de informações vivem os participantes da Campus Party, feira de tecnologia que acontece em São Paulo. O encontro que termina neste sábado também serve para transformar boas ideias em empresas. Mais de 600 campuseiros inscreveram projetos de start ups digitais e 125 foram selecionados para participar de uma maratona de palestras, workshops, bate-papos com empreendedores, onde eles recebem orientação sobre o melhor modelo de negócio e têm a oportunidade de encontrar ‘anjos’, organizações que financiam empresas em estágio inicial. Além disso, outras 200 startups — algumas em desenvolvimento e outras já com um pé no mercado — participam do evento com o objetivo de encontrar novos parceiros, profissionais de tecnologia e, claro, investidores.

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    — O tema empreendedorismo tornou-se um dos focos principais da Campus Party. Muitos desses campuseiros já vêm pensando em como transformar uma ideia original em negócio — diz Juarez de Paula, gerente de Comércio e Serviços do Sebrae, instituição que organiza a maratona de negócios e ajudou a selecionar as 200 startups que participam da feira.

    Ideias originais não faltam. Estudante do quarto ano de engenharia elétrica no Espírito Santo, a campuseira Mariana Mascarenhas, de 23 anos, foi uma das selecionadas para a maratona de negócios. Ela desenvolveu um aplicativo para óticas que tira as medidas do rosto da pessoa e apresenta a melhor solução de armação de óculos. Ela conta que chegou à Campus Party com a objetivo inicial de oferecer ‘soluções de engenharia para empresas’, mas foi orientada a ter foco em apenas um produto.

    — O aplicativo para sugerir a melhor opção de óculos em óticas se mostrou o projeto mais viável — diz a estudante.

    Eduardo Casali participa desde 2013 da Campus Party. Este ano deixou de ser campuseiro e veio como empreendedor. A empresa criada por ele e mais dois sócios há seis meses foi uma das 200 selecionadas para o evento. A Imagino oferece profissionais de grandes empresas para desenvolver pequenos projetos digitais. Na prática, esses especialistas de empresas como Google ou Netflix alugam horas de trabalho para a Imagino. Cobram de R$ 40 a R$ 500 por 60 minutos de trabalho. A empresa tem 60 desses profissionais de alto nível para prestar serviço. O tíquete médio de faturamento da Imagino é de R$ 30 e a startup já desenvolveu cerca de 400 projetos.

    — Uma de nossas clientes fazia capacetes para motos de forma artesanal. Ela nos pediu um projeto para ganhar visibilidade na internet e conseguiu melhorar seu faturamento com ajuda de profissionais do Google — contou Casali.

    Para garimpar boas oportunidades de investimento, Túlio Severo, dono da Infinitepar, uma empresa de investimentos associada à Gávea Angels, decidiu acampar na Campus Party. Ele está atrás de negócios nas áreas de educação e financeira. Está disposto a aplicar até R$ 100 mil em ideias que podem se tornar boas empresas. Com essa ajuda inicial, diz ele, o empreendedor iniciante pode se focar em seu projeto e não precisa fazer ‘bicos’ ou ter outra atividade paralela.

    — Com esse aporte financeiro inicial, ele pode colocar o projeto de pé — diz o investidor.

    Uma das sócias da Let’sPark, Letícia Passarelli, de 24 anos, já conseguiu apoio financeiro de uma aceleradora de empresas, a Triple Seven. As aceleradoras, além de investir recursos em startups promissoras, dão orientação especializada ao negócio. A Triple Seven tem R$ 4 milhões para aplicar. A Let’sPark recebeu recursos porque desenvolveu um projeto muito original, um aplicativo para encontrar estacionamentos, seja o mais barato ou o mais próximo do motorista. Em um ano e meio, a startup passou de um embrião para uma empresa mais consolidada. Tem 2,5 mil estacionamentos cadastrados, 25 mil usuários e fechou uma parceria com a Ford, onde os novos modelos do Ford Ka já vem com o aplicativo.

    — A utilização é gratuita e o próprio usuário pode cadastrar estacionamento, atualizar preços. Estamos na Campus Party para fechar novas parcerias e vamos lançar um serviço que permite reservas vagas em estacionamentos durante grandes eventos, como shows. Esse será um dos serviços pagos — explica Passarelli.

    A Seed, outra startup selecionada para participar da Campus Party, está de olho em bons profissionais de tecnologia. A empresa já recebeu aporte de um fundo alemão para crescer. Seu negócio foi desenvolver uma tecnologia que ajuda o varejo a capturar e analisar o comportamento dos consumidores por meio de câmeras e sensores. Esses dados, ajudam as lojas a conhecer características de seus consumidores, como sexo, faixa etária e nível de satisfação do cliente por meio da análise do sorriso, por exemplo. Já faturou FR$ 1,2 milhão nos últimos sete meses.

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    — Estamos aqui atrás de parceiros em tecnologia — diz Francisco Forbes, arquiteto de 25 anos e fundador da empresa.

    Outro arquiteto selecionado para a Campus Party é Mariano Camara, de 32 anos, um dos sócios da Whisgo, uma plataforma que funciona como uma espécie de rede social para viajantes. Nela é possível compartilhar experiências de viagens, onde os usuários criam livros virtuais, que também podem ser impressos, com dicas e sugestões de passeios, restaurantes ou museus em determinado destino. A Whisgo recebeu aporte de R$ 400 mil de uma empresa do ramo imobiliário, cujo dono é um conhecido de Camara. A empresa, que já tem dois mil usuários cadastrados, já foi abordada por investidores na feira, mas ainda ainda não fechou com nenhum deles.

    — Estamos formatando o melhor modelo de negócio antes de fechar com um investidor — diz Camara.

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