Ao entrar em um site de compras, o tempo gasto ao olhar um produto, os cliques e a página acessada são informações armazenadas e consultadas por empresas. Já quando se vai a uma loja física nem sempre os empresários têm conhecimento sobre quem entrou, ou até mesmo finalizou uma compra no estabelecimento. Porém, sem ter de investir milhões de reais, é possível usar imagens de câmeras, sensores e outras inovações para analisar o comportamento de consumo off-line.
Mapear as áreas mais visitadas, enviar propagandas para o celular de clientes, facilitar que eles mesmos paguem as compras, saber seu perfil, facilitar que visualize o produto que procura e outras comodidades conhecidas na internet estão ajudando muitos varejistas a melhorar a experiência de compra nos espaços físicos. O cruzamento de dados captados por sensores, por exemplo, podem ajudar a mensurar retorno de investimentos e conhecer cada vez mais os hábitos de compra.
Ao contrário do que já acontece no comércio eletrônico, o varejo tradicional sente falta de métricas precisas. “Se fala em multicanal, mobile commerce, mas se pensa muito pouco na loja física, que corresponde a mais de 90% do que é trafegado no varejo do País”, explica o CEO da Seed, Francisco Forbes. A empresa paulista de inteligência de dados de consumo no mercado de varejo tradicional, em que é um dos fundadores, aposta nesta necessidade e está presente em 800 estabelecimentos no Brasil.
“Quanto mais cresce o e-commerce, mais se tem uma gestão com metas, se olha para o analytics para entender o que funciona ou não. Estamos caminhando para isso. Temos muitas lojas com concorrência crescendo. A busca pela eficiência é latente”, diz, ao lembrar que por isso soluções tecnológicas chegam para realizar tarefas que antes eram desempenhadas manualmente. Ele defende a discrição também é ponto favorável, já que a maioria dos equipamentos fica no teto e os consumidores não conseguem vê-los.
“Melhor do que ser parado para perguntar que tipo de produto gosta e sua a idade, por exemplo”. Forbes, que tem dez anos de experiência com marketing digital, acrescenta também que de nada adianta dados e mais dados se não for aliado inteligência, análise para cada tipo de negócio. “Se tem um restaurante na praia, saber se vai chover ou não é determinante para saber se vai investir em uma promoção”, cita.