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    Varejo usa big data para estudar consumidores em lojas físicas

    São Paulo – A busca por ferramentas para acompanhar a jornada digital dos internautas é hoje palavra de ordem para o varejo. Por trás do imenso volume de cliques diários nas mais variadas telas, o setor tem procurado cruzar informações e extrair dados preciosos para entender os hábitos desse novo consumidor. Diante de um mercado que já movimenta cifras bilionárias e das estratégias de gigantes de tecnologia, a brasileira Seed encontrou um atalho para ganhar escala: a migração desse mesmo conceito de “big data” e inteligência analítica para o varejo físico.

    “Hoje, o comércio eletrônico e o marketing digital têm à disposição uma gama detalhada de informações. Em contrapartida, as lojas offline ainda vivem totalmente sem métricas e são muito baseadas apenas na experiência e nos números de vendas”, diz Francisco Forbes, cofundador da Seed.

    Atenta a essa vertente ainda pouco explorada, a Seed foi criada há pouco menos de um ano. Na época, a empresa recebeu aporte de R$ 10 milhões liderado por fundos como Rigi Ventures e Unique Partners. Com o recurso, a companhia adquiriu uma empresa finlandesa que desenvolvia tecnologias justamente nessa direção.

    A Seed oferece a coleta de dados offline por meio da instalação de câmeras dotadas de sensores, que capturam e classificam informações como sexo, faixa etária e movimento nas lojas. A tecnologia também permite identificar fatores como as áreas de maior fluxo em um ponto de venda, além de traçar o perfil e as reações dos consumidores frente a vitrines e displays, bem como o tempo gasto neste processo. Esses dados são enviados em tempo real e transformados em gráficos detalhados, a partir do cruzamento de informações fornecidas pelo varejista, como por exemplo, números de vendas. “A graça está em captar dados de forma contínua e mais precisa, para que os varejistas consigam tomar decisões mais estratégicas, como por exemplo, replanejar suas ações de mídia, o layout e o tamanho das lojas, e a disposição dos produtos”, explica.

    Hoje, a Seed possui uma base de 800 lojas em 20 estados brasileiros que já adota suas tecnologias, em segmentos do varejo como concessionárias, farmácias, grandes redes e moda. Após uma série de pilotos em 2014, Forbes diz que a empresa já está conseguindo expandir esses projetos iniciais para investimentos de maior fôlego nesses clientes. A previsão é fechar o ano em 2 mil pontos de venda.
    Outro segmento no radar são os shopping centers, especialmente em frentes como a contagem e a análise de perfil dos frequentadores. Nesse setor, a Seed trabalha hoje com sete empreendimentos e já tem no escopo a implantação em outros 12 centros no primeiro semestre. O paulistano SP Market foi um dos primeiros a testar as tecnologias da companhia. “Nosso maior ativo é o número de clientes. Essas informações mais apuradas nos dão mais recursos para negociar preços com futuros lojistas e valorizar nossos espaços de locação e de veiculação de mídia”, diz Christopher Srur, sócio do SP Market.
    Inicialmente, o projeto do SP Market envolveu o cruzamento de informações como o número e perfil de frequentadores e sua relação com fatores como dias da semana e condições climáticas. A medição do impacto de ações promocionais é outro ponto já incorporado. A próxima etapa do projeto, em fase de implantação, envolverá questões como a identificação dos corredores mais movimentados. “Vamos começar a customizar a ferramenta para extrair dados como os pontos de maior fluxo e de maior apelo para a veiculação de mídia”, afirma.

    A oferta de tecnologias para medir o impacto de campanhas de mídia offline é justamente uma das novas frentes de investimento da Seed. Sob essa mesma proposta de diversificação da atuação, a empresa lança em abril um portfólio voltado especificamente a bancos. No momento, a companhia já está desenvolvendo um projeto piloto em seis agências de um banco – de nome não revelado – em São Paulo.
    Outra prioridade para 2015 é o desenvolvimento de novas tecnologias para compor o portfólio de equipamentos, softwares e serviços de consultoria. Um dos novos recursos é uma ferramenta de reconhecimento facial pela qual será possível integrar – com a autorização do consumidor – a imagem do cliente ao cadastro da loja. A aquisição de empresas e/ou novas tecnologias também compõe o plano.
    A base para essas estratégias é uma nova rodada de investimentos que está prestes a ser concluída pela Seed e envolve fundos estrangeiros e brasileiros. “O foco em 2015 é incorporar mais tecnologia e aumentar a base de clientes. A partir de 2016, vamos começar a pensar de fato em trazer resultados para os acionistas”, diz Forbes.

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